80 Uraguay


Deixou cravados no vizinho tronco.

Açouta o campo co’a ligeira cauda
O irado monſtro, e em tortuoſos giros
Se enroſca no cipreſte, e verte envolto
Em negro ſangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia
O deſgraçado irmão, que ao deſpertá-la
Conhece, com que dor! no frio roſto
Os ſinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente ſutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua
Que ao ſurdo vento e aos ecos tantas vezes
Contou a larga hiſtória de ſeus males.
Nos olhos Caitutu não ſofre o pranto,
E rompe em profundíſſimos ſuſpiros,
Lendo na teſta da fronteira gruta

De ſua mão já trêmula gravado