raro no estrangeiro, e, como temos visto, em grande parte eliminaram da reserva nacional o capital acumulado naquele regime.

A escravidão explorou parte do território estragando-o, e não foi além, não o abarcou todo, porque não tem iniciativa para migrar, e só avidez para estender-se. Por isso, o Brasil é ainda o maior pedaço de terra incógnito no mapa do globo.

Num estado de escravos [diz o Sr. T. R. Cobb, da Geórgia][1] –, a maior prova de riqueza no agricultor é o número dos escravos. A melhor propriedade para emprego de capital são escravos. A melhor propriedade a deixar aos filhos, e da qual se separam com maior relutância, são escravos. Por isso, o agricultor emprega o excesso da sua renda em escravos. O resultado natural é que as terras são uma consideração secundária. Não fica saldo para melhorá-las. O estabelecimento tem valor somente enquanto as terras adjacentes são proveitosas para o cultivo. Não tendo o agricultor afeições locais, os filhos não as herdam. Pelo contrário, ele mesmo os anima a irem em busca de novas terras. O resultado é que como classe nunca estão estabelecidos. Essa população é quase nômade. É inútil procurar excitar emoções patrióticas em favor da terra do nascimento, quando o interesse próprio fala tão alto. Por outro lado, onde a escravidão não existe e os lucros do agricultor não podem ser empregados em trabalhadores,

  1. Citado em England, the United States, the Southern Confederacy, de F. W. Sargent, p. 110.