Entre as que se identificaram desde o princípio com ela, tornando-se um dos instrumentos das suas pretensões, está, por exemplo, a Igreja. No regime da escravidão doméstica o cristianismo cruzou-se com o fetichismo como se cruzaram as duas raças. Pela influência da ama de leite e dos escravos de casa sobre a educação da criança, os terrores materialistas do fetichista convertido, isto é, que mudou de inferno, exercem sobre a fortificação do cérebro e a coragem da alma daquelas a maior depressão. O que resulta como fé e sistema religioso dessa combinação das tradições africanas com o ideal antissocial do missionário fanático é um composto de contradições que só a inconsciência pode conciliar. Como a religião, a Igreja.

Nem os bispos, nem os vigários, nem os confessores estranham o mercado de entes humanos; as bulas que o condenam são hoje obsoletas. Dois dos nossos prelados foram sentenciados à prisão com trabalho pela guerra que moveram à Maçonaria; nenhum deles, porém, aceitou ainda a responsabilidade de descontentar a escravidão. Compreende-se que os exemplos dos profetas, penetrando no palácio dos reis de Judá para exprobar-lhes os seus crimes, e os sofrimentos dos antigos mártires pela verdade moral, pareçam aos que representam a religião entre nós originalidades tão absurdas como a de S. Simeão Estelita vivendo no tope de uma coluna para estar mais perto de Deus. Mas, se o regime da côngrua e dos emolumentos,