resgatar do cativeiro um milhão e meio de pessoas.
Comentando este ano a redução pela mortalidade e pela alforria da população escrava desde 1873 escreve o Jornal do Commercio:
Dado que naquela data haviam sido matriculados em todo o Império 1,5 milhão de escravos, algarismo muito presumível, é lícito estimar que a população escrava do Brasil, assim como diminuiu de uma sexta parte no Rio de Janeiro, haja diminuído no resto do Império em proporção pelo menos igual, donde a existência presumível de 1,25 milhão de escravos. Esse número pode, entretanto, descer por estimativa a 1,2 milhão de escravos, atentas as causas que têm atuado em vários pontos do Império para maior proporcionalidade nas alforrias.
A esses é preciso somar os ingênuos, cujo número excede de 250 mil. Admitindo-se que desse milhão e meio de pessoas que hoje existem sujeitas à servidão 60 mil saiam dela anualmente, isto é, o dobro da média do decênio, a escravidão terá desaparecido, com grande remanescente de ingênuos, é certo a liquidar em 25 anos, isto é, em 1908. Admito mesmo que a escravidão desapareça de agora em diante à razão de 75 mil pessoas por ano, ou 5% da massa total, isto é, com uma velocidade 2,5 vezes maior do que a atual. Por esse cálculo a instituição ter-se-á liquidado em 1903, ou dentro de 20 anos. Esse cálculo é otimista e feito sem contar com a lei, mas por honra dos bons impulsos nacionais eu o aceito como exato.
“Por que não esperais esses vinte anos?” é a pergunta que nos fazem. [Há