deixarem sair ninguém do burgo passado esse momento.
— O meu saio de malha - prosseguiu Egas -, a cervilheira e a espada?
Sem dizer palavra, Abul-Hassan tirou as três peças de sob o albornoz. O cavaleiro vestiu à pressa o saio, pôs na cabeça a cervilheira, afivelou sobre os ombros aquela espécie de camisa de ferro que vestira, cingiu sobre esta a espada, e, atirando o zorame para cima do cavalo, disse ao mouro:
— Deixa-te aí ficar. Se vier alguém que te não conheça e pergunte o que és e o que fazes neste sítio, responde que és um cavalariço do senhor de Trava, que te ordenou esperasses aqui com um corredor folgado. Depois de assim responderes ninguém ousará perguntar-te mais nada.
Proferidas estas palavras, Egas desapareceu numa escada de caracol aberta no fundo da torre, e que dizia para o primeiro pavimento dela. Chegado ao alto tirou do seio uma chave e abriu uma porta, não a que dava para a quadra principal da torre, mas outra lateral e pequena. Cruzou o passadiço, e num momento achou-se no jardim pênsil.
Naquele lugar e hora, as paixões tumultuosas que lhe agitavam o espírito o obrigaram a