vontade de ferro conteve aquele primeiro impulso. Dulce havia parado.
E parara bem perto dele! Egas aspirava o perfume de seus cabelos, cria ouvir-lhe o cicio do respirar, o ranger das roupas negras, e nos olhos o brilho de uma lágrima. Escutou. A donzela alçou a fronte para o céu e murmurou:
— Desventurado! desventurado!
O trovador descobriu nestas palavras a angústia do remorso: era por certo o remorso quem arrancara esta expressão de piedade àquela que o traíra. Quem havia aí, senão ele, que fosse desventurado?
— Toda a afeição de uma irmã eu guardarei para ti - prosseguiu Dulce. Hei-de cumprir essa promessa que fiz perante o Senhor que me ouve! Mas o meu amor é já de outrem: como o repartirei contigo?
A donzela parecia delirar: tinha os braços estendidos e as mãos unidas como implorando a piedade de algum ente só para ela visível.
Nesta postura, à luz duvidosa da noite, em silêncio profundo, e no meio de atmosfera recendente e tépida agitada por leve aragem de Estio, a fascinação do amor era irresistível.
Aquela espécie de delírio em que Dulce