pronunciara com ênfase particular a palavra caminho.

— Perdoai-me, reverendíssimo padre [1], outro era o meu pensamento. Na escala arvorada aos muros, sob a vínea ou gato rolando para eles, nas trevas nocturnas salteando de improviso pelo subterrâneo os cavaleiros do conde de Trava, ou finalmente em recontro de lide campal, estou prestes para combater a todo o transe. Mas é em nome da paz que ainda falarei uma vez...

O infante, que até então estivera calado, ouvindo os seus optimates, pôs-se em pé e, com as faces abrasadas, apertou o punho da espada e bradou:

— A paz!? Oh, isso nunca!

— A paz - insistiu o Lidador com firmeza - eu a pedi mil vezes na cúria de vossa mãe. Que o conde vos ceda a herança de meu senhor D. Henrique; que D. Teresa ceda a seu nobre filho o senhorio desta terra de cavaleiros!... Que um mensageiro vá em nome do infante e dos filhos-d'algo de Portugal propor estas condições, antes de as oferecermos

  1. Pater reverendissime é o tratamento dado aos bispos e arcebispos na Historia compostellana e na mais memorias d’aquelle tempo.