me enxergasse?... Àquela porta que vedes acolá - acrescentou maliciosamente - segue-se um corredor escuro, que vai da sala de armas ao jardim. Se eu soubesse quem possuía a chave iria por ali chamar Dulce.
— Vilanete! - continuou o conde no mesmo tom de gracejo. - Essa chave não sai deste cinto senão para esta mão. - Querias que a fiasse de ti? Por Sant'Iago, que não, meu gentil pajem! Atravessa os pátios do castelo; acharás provavelmente aberta a porta do jardineiro Abul-Hassan... Mas não - prosseguiu depois de pensar alguns momentos. - Melhor é que eu vá. Tu entretanto vê se encontras Garcia Bermudes e dize-lhe que me espere nesta sala. Depois vai-te a folgar. Prestes, meu guapo donzel!
Dizendo isto, o conde afastou brandamente Tructesindo, e encaminhou-se para a porta que o pajem lhe indicara. Tructesindo fez-lhe uma visagem, de modo que ele não o visse, e em dois pulos saiu do aposento, dando um silvo agudo que restrugiu pelas abóbadas, e que se confundiu com o som da porta, que Fernando Peres, entrando no corredor escuro, cerrara após si.
O senhor de Trava entrou no primeiro jardim.