A imagem de Garcia Bermudes alumiara com a luz medonha do raio as trevas do seu martírio.

O conde continuou:

— Ontem prometi ante a rainha que tu serias mulher de Garcia. Esta promessa há-de cumprir-se, ou tu serás a assassina daquele por quem trocas o alferes-mor de Portugal, o mais valente e gentil cavaleiro de toda a Espanha.

— Mas eu morrerei primeiro, senhor conde! Tende dó de uma desventurada.

— Não to aconselho. Se morreres, Egas te seguirá ao sepulcro.

— E se Garcia de novo recusar a posse da sua vítima? - interrompeu a infeliz, procurando ainda segurar-se na borda do abismo.

— Egas morrerá - respondeu tranquilamente Fernando Peres.

— Vós, homem bárbaro, jurastes perder o desgraçado. Por violência nunca o generoso Garcia aceitará a minha mão.

— Por violência? - interrompeu o conde em tom de espanto. - Violento-te eu? Quero esquecer-me do meu ódio por amor de ti: tu não queres esquecer-te de uma paixão louca e impossível. Eis a que tudo se reduz. Cede, e Egas será salvo. Direi a Garcia que te