a rainha o seguirá em breve, porque o conde a arrasta consigo para testemunha do sangue que amanhã deve correr. No meio do tumulto poderás sair de Guimarães: o teu pajem também já livre te espera com um ginete... Parte... oh, parte, sem demora.
— Partiremos ambos - replicou o cavaleiro. - Não esquecerias um palafrém para ti, uma espada para mim. Eu e tu temos de cumprir nosso juramento.
— Egas - respondeu a donzela tristemente e redobrando-se-lhe a palidez -, o que exiges é impossível... impossível, porque o Sol que breve há-de romper alumiará um campo de batalha. Podes tu recordar-te de nossos juramentos quando diante de nós está um lago de sangue?
— E que importa? Além desse mar de sangue que dizes haverá paz para ti, e por entre inimigos e amigos eu te farei passar além dele. Então basta-me uma hora, e saldarei todas as minhas dívidas.
— O que exiges, repito, é impossível! - tornou Dulce com a energia tranquila de profunda desesperação. - Nestes paços eu ficarei segura... Depois... Se tu soubesses... oh, nada!... absolutamente nada... Sou eu que não sei o que digo... Por Deus,