do aragonês, Egas sentiu os gritos de desalento e temor dos peões inimigos, que fugiam aterrados vendo o termo daquele duelo fatal, enquanto os vilões de Gontingem lhes despediam uma nuvem de setas e pedras, acompanhadas de injúrias e ameaças. Com um sorriso doloroso o trovador olhou largo tempo para o cadáver do seu rival. Depois chamando alguns besteiros lhes disse:
— Fazei umas andas de troncos de árvores, e transportai este cadáver ao Mosteiro de Guimarães. Lá deveis encontrar quando aí chegardes o abade Fr. Hilarião. Dizei-lhe que Egas Moniz o moço lhe pede uma tumba e uma sepultura honrada para tão nobre e valente cavaleiro. Dizei-lhe, também, que a minha promessa desta noite há-de cumprir-se, e que ainda hoje nos veremos!
— Ver-nos-emos! ver-nos-emos! - repetiu ele em voz baixa enquanto os soldados começavam a executar o que lhes ordenara. - Após o cadáver do que dorme o último sono, o daquele que respira e parece viver: também eu terei o meu moimento!
E apesar de malferido e com o arnês despedaçado montou no cavalo que lhe ofereceu um almoçadém de peões, e partiu à rédea solta para onde entre nuvens de pó se viam