afastando-se para longe do outeiro, onde estava alevantado o pavilhão da bela infanta. O Sol inclinava-se para o ocidente e o poderio da filha de Afonso VI ia fenecendo como ia fenecendo o dia.
Subitamente do meio daquele turbilhão de homens armados, saiu rápido como a seta um vulto, galgando pela encosta e encaminhando a carreira do cavalo para o lado da tenda real: o vigia que velava à entrada chamou os demais guardas, que eram apenas alguns velhos cavaleiros pousados e um troço de besteiros do burgo.
O vulto era um homem de armas. Parou a certa distância da tenda e bradou aos vigias:
— Dizei à ilustre prestameira de Bravais, à nobre esposa do alferes-mor de Portugal, que seu marido e senhor lhe ordena se dirija ao Mosteiro de Guimarães, onde ao anoitecer o achará esperando. Sem réplica e sem tardança deve cumpri-lo, porque a lide perdeu-se e só desse modo se poderá salvar.
Ditas estas palavras o homem de armas desceu com a mesma rapidez o outeiro para o outro lado.
Dulce, que entre as demais damas de D. Teresa era a única tranquila, porque para ela já não havia na Terra temor nem esperança, ouviu