um touro furioso. Num relance o touro achou-se no meio da extensa liça, parou e olhou em roda bufando e escarvando a terra que lançava para o dorso. Depois de hesitar algum tempo na escolha das vítimas, galgou para os cavalariços, os quais sustinham a custo os mastins que haviam saudado a fera com um tremendo ladro. Quando o possante animal chegou a meia distância do espaço que o separava dos seus naturais inimigos, as trelas tinham caído no chão e os irritados molossos precipitavam-se a encontrá-lo. O valente animal soltou um longo mugido e abaixou a fronte, como se tentasse escondê-la na nuvem de pó que os cães, estacando, tinham tornado mais densa. Do meio do turbilhão viu-se de repente subir ao ar um vulto enovelado que foi cair a curta distância. Era o cadáver de um dos mastins. A cabeça do touro tinha surgido dentre o pó: o sangue tingia-lhe uma das pontas, gotejava-lhe sobre as roscas do rosto negro, e vinha listrar-lhe a escuma dos beiços trementes. Um clamor uníssono de aplausos rompeu dos dois estrados e dentre a turbamulta apinhada em volta da teia.
Como que excitados pelo entusiasmo dos espectadores, os cães, que por um instinto