reinava, quando se viu caminhar para a borda do estrado um pajem dos muitos que estavam por detrás do escano de Fernando Peres. Trazia pendurada a tiracolo uma pequena buzina. A um aceno do conde, de quem não despregava os olhos, pô-la à boca e tirou um som lento e triste. Os cavaleiros abaixaram as lanças, curvando-se para a cabeça dos cavalos e cobrindo-se com os escudos. A um segundo aceno, o pajem repetiu o som da buzina com igual lentidão. Quando acabou, os cavaleiros precipitaram-se uns para os outros. Eram valentes homens de guerra não só do condado de Portugal e Coimbra, mas também de Galiza e de Aragão. Os dez do lado das torres eram dos primeiros; os da parte da corte eram dos segundos. Quando toparam uns nos outros, os rolos de pó alevantado debaixo dos pés dos cavalos toldavam o ambiente e mal deixavam enxergar aquela mó de homens e ginetes como envoltos numa nuvem. Quando a cena aclarou e os vencedores recuaram para não pisarem os vencidos, viram-se estendidos no chão sem sentidos, ou tentando erguer-se, nove cavaleiros. Dos portugueses apenas quatro tinham deixado de ser derribados. O desastre, porém, não fora para o seu bando tão grande como parecia: a um