ninguem achou motivo de pôr em duvida a sua honestidade. A Luizinha, a quem pouco depois de ter casado, tomou sob sua protecção, como já referimos, consagrava ella todos os seus affectos, e nella fazia consistir o seu orgulho, o seu prazer e a sua felicidade.
Não sendo de meias-medidas quando se julgava offendida, Florinda botou-se com todo o impeto, que trazia, ao desconhecido, o qual, sem soltar Luizinha, que se torcia ao aperto da mão de ferro que a segurava, rebateu o golpe do facão de Florinda com o cano do bacamarte. Com o choque o facão partiu-se, e a folha inteira foi cahir dentro no poço, ficando na mão da curibóca o cabo imprestavel da infame arma.
Florinda era prudente. Tanto que se viu desarmada, sobresteve, dominou a sua justa indignação, e, com a voz masculina que lhe déra a natureza, assim fallou ao malfeitor:
— Que quér vosmecê fazer com minha filha?
— Quero leval-a comigo para meu divertimento. Si tens força para impedires o meu intento, é agora a occasião.
Ouvindo estas acerbas expressões, Florinda, que com a vista medira de cima a baixo o seu adversario, metteu-lhe o cacete com todo o animo que lhe dava sua vida sem mancha, e a justa defeza da filha, seu unico