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E sem mais contemplação, o matador arrastou a menina contra a vontade, a resistencia, os sobrehumanos esforços que esta lhe oppunha, por junto do corpo de Florinda, e seguiu em busca da margem fronteira, onde a noite era já fechada, e o aspecto do sitio pavoroso.

— Agora te conheço, José malvado — disse a moça. Mata-me tambem, já que mataste minha mãi que nunca te offendeu.

— Ah, conheceste a final o Cabelleira?

— Tanto me conhecesses tu, desgraçado!

— Que queres dizer com estas palavras? perguntou o bandido.

— Olha-me bem. Até de Luiza te esqueceste! Assassino, eu te perdôo a morte: mata-me.

Tinham chegado á beira do capão de mato. O Cabelleira estacou. O que acabava de ouvir tel-o-hia prostrado mais depressa do que um golpe igual ao que descarregara, havia pouco, sobre uma das fontes de Florinda, si no mesmo instante não lhe houvesse chegado aos ouvidos um assobio agudo, signal de extrema afflição no couto proximo.

— Ah era vossê? Perdôe-me, Luizinha. Eu não a esqueci. Perdôe-me. Eu não sabia que era vossê — disse então, com brandura, soltando a moça sem mais demora.