— Abraça-me, minha mãi, abraça-me. Leva-me comtigo que eu, sem ti, sou o ente mais desgraçado do mundo.
Mas, sentindo a pressão physica e irrecusavel dos braços que tinha por mortos, recuou pera, á pallida claridade do escasso luar, certificar-se da verdade.
— Não fujas, Luiza. Vem. Não estou morta. Ajuda-me, que me levantarei.
Não podia ser mentira dos seus ouvidos. Era a voz de Florinda, aquella voz branda e benevola que ella estava acostumada a escutar desde a infancia como o echo de maternal providencia.
— Minha mãi! Vive ainda, minha querida mãizinha? perguntára Luiza, chorando e sorrindo alternativamente, beijando, como louca, sem ordem nem moderação, aquelle cadaver que se tornára vivente, aquella vida que resuscitára no seio da natureza onde lhe parecêra que se havia afundado para nunca mais voltar como se afundam as borboletas que as tempestades arrojam aos charcos e marneis.
— Vê si pódes levantar-me, Luizinha.
— Sim, saiamos já daqui antes que tornem os malfeitores. Elles não tardam por ahi, creio eu. Vamos, já minha mãi. Está-me parecendo que dalli, daquelle mato traiçoeiro, um