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grande para se protegerem em caso de perigo que logo tiveram por imminente.

Tres dias se passaram nessa afflicção que se não póde descrever mas que facilmente se imagina.

Rosalina pensou de uma vez em ir pedir soccorro no povoado, mas a quem? O capitão-mór achava-se no Recife, e o povoado, que um seculo antes constava de uma capela dedicada a Santo-Antão, e de meia duzia de casas, pouco mais era do que isto na época em que se passou esta historia; precisava tambem de protecção.

De sua agonia a veiu tirar um caboclo velho, que morava no caminho do povoado, em terras da engenhoca, e que era o estafeta do lugar. Vivia só em uma palhoça á beira da estrada. Chamava-se Mathias mas era mais conhecido pela alcunha de Veado, a qual se originára de ser elle muito agil e andador.

Mathias, achando-se sem fumo para o cachimbo, dirigiu-se á casa grande no presupposto de encontrar ahi o Liberato que uma vez por outra lhe dava do melhor que tinha alguns pedaços para seu gasto. Só então soube do que havia, e logo se offereceu para ir dar com o crioulo a quem devia muitas obrigações, e respeito. Havendo Rosalina