— Pois afia bem a tua faca, e escorva de novo o teu bacamarte, que o trovão não tarda a roncar.
— Eu nunca deixei de trazer a faca e o bacamarte promptinhos para o serviço. Quem quizer, venha ver.
— Está bom. Até já, disse o Theodosio, despedindo-se para sahir.
— Aonde vás? perguntou-lhe o Cabelleira.
— Tenho cá uma idéa. Vou passar pela porta do capitão-mór.
— O capitão-mór está na villa, disse José.
— Não, senhor, está ahi. Veiu antes de mim, que não me escapou. Vou passar-lhe pela porta, e tirar conversa com algum soldado bisonho que ahi se ache de serviço a fim de ver si pesco noticia que nos oriente.
— Não é máo o que queres fazer. Mas olha bem, não caias em alguma ratoeira.
— Macaco velho não mette mão em combuca, respondeu Theodosio, preparando-se para montar novamente.
— Faço-te companhia até o cercado da engenhoca do defunto Liberato, acudiu Cabelleira.
E saltou sobre a garupa do cavallo que Theodosio pôz a passo pela vereda secreta que ia dar na via publica.
— Uê! exclamou Theodosio, voltando-se para o companheiro a fim de melhor saber