Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/288

desampararam, ao pé das consortes e filhas, que se mostravam temerosas do que poderia vir a acontecer, porque, em muitos dos circumstantes, á curiosidade se substituiu logo o terror panico, difficil de vencer, e sempre contagioso e pegadiço.

A Rua-do-amparo contava então uma só casa de sobrado.

Via-se na varanda deste d. Leonor, mulher do capitão-mór. Seus bellos olhos estavam voltados para o extremo da rua onde era tudo confusão e borborinho. Entre os anneis dos seus negros cabellos brilhavam ricas flores de ouro e coral, semelhantes a malmequeres e pitangas. Um vestido de seda azul, com ramos de rosas brancas que lhe subiam da fimbria á cintura, deixava adivinhar as fórmas admiravelmente correctas da nobre senhora, cuja gentileza impunha a todos preito com que se não daria mal uma princeza. A seu lado mostravam-se outras senhoras pertencentes ás primeiras familias da villa.

De repente ouviu-se de novo o clarim, a quem coube a distincção de annunciar a entrada da tropa com o grande prisioneiro.

A soldadesca rompeu por entre a multidão, e encaminhou-se á casa do capitão-mór.

Este vinha á frente do batalhão, e montava