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governo ao Su­premo Conselho do Recife; e a 11 dirigiu-se por terra à Paraíba a fim de embarcar para Holanda.

"Parece — diz Vasconcelos — que antes de deixar o país que engrandecera com sua sábia administração, quis ver aquela parte que ainda não conhecia.

Sai de seu palácio, em Mauricéia, a cavalo e seguido de um cortejo numerosíssimo; e atravessando o Recife vai pelo istmo até Olinda, donde pelo longo da costa seguem até Itamaracá, e de lá até a Paraíba.

Por toda parte por onde passava, recebia inequívocos teste­munhos de reconhecimento, e vivo pesar que causava a sua par­tida, de sorte que esta viagem lhe foi uma verdadeira marcha triun­fal.

De todos os pontos os moradores corriam a seu encontro para lhe dizer o último adeus. Suas exclamações eram acompanhadas dos sons dos instrumentos que tocavam o hino holandês Wilhemus­-van-Nassauven, enquanto os canhões dos fortes lhe enviavam de longe as derradeiras saudações militares.

O índio Jandovi, cacique dos tapuias, e aliado dos holandeses, enviou uma deputação na qual vinham todos os filhos seus, para ro­gar ao príncipe que, se ainda fosse possível, espaçasse a. sua partida.

Muitos negociantes considerados, e outros habitantes do pais embarcaram-se com ele por considerarem a colônia perdida com a ausência dele."

Muito tinha eu ainda que dizer sobre passagens desta história que só poderão ser bem entendidas com certos esclarecimentos e observações que, por assim dizer, as completam; mas esta carta já vai demasiado longa, e é preciso encurtar leitura. Espero ter muito breve ocasião de conversar novamente contigo, ouvindo-nos o público, e então serão supridas algumas faltas que ficam aqui por preencher.