O CORTIÇO



I

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco annos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro de Botafogo; e tanto economisou do pouco que ganhára nessa dúzia de annos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.

Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delirio de enriquecer, que affrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda,