braço da filha, que a seguia como um animal puxado pela coleira, ao chegar à porta lateral da venda, berrou:
— Ó seu João Romão!
— Que temos lá? perguntou de dentro o vendeiro, atrapalhado de serviço.
Bertoleza, com uma grande colher de zinco gotejante de gordura, apareceu à porta, muito ensebada e suja de tisna; e, ao ver tanta gente reunida, gritou para seu homem:
— Corre aqui, seu João, que não sei o que houve!
Ele veio afinal.
Que diabo era aquilo?
— Venho entregar-lhe esta perdida! Seu caixeiro a cobriu, deve tomar conta dela!
João Romão ficou perplexo.
— Hein! Que é lá isso?!
— Foi o Domingos! disseram muitas vozes.
— O seu Domingos!
O caixeiro respondeu: "Senhor..." com uma voz de delinqüente.
— Chegue cá!
E o criminoso apresentou-se, lívido de morte.
— Que fez você com esta pequena?
— Não fiz nada, não senhor!...
— Foi ele, sim! desmentiu-o a Florinda. — O caixeiro desviou os olhos, para a não encarar. — Um dia de manhãzinha, às quatro horas, no capinzal, debaixo das mangueiras...
O mulherio em massa recebeu estas palavras com um coro de gargalhadas.