cruzaram-se com os sacos de roupa suja, que entravam; e Marciana não se movia do seu lugar, monologando. João Romão percorreu o número 12, escancarando as portas, a dar arres e empurrando para fora, com o pé, algum trapo ou algum frasco vazio que lá ficara abandonado; e a enxotada, indiferente a tudo, continuava a sussurrar funebremente. Já não chorava, mas os olhos tinha-os ainda relentados na sua muda fixidez. Algumas mulheres da estalagem iam ter com ela de vez em quando, agora de novo compungidas, e faziam-lhe oferecimentos, Marciana não respondia. Quiseram obrigá-la a comer; não houve meio. A desgraçada não prestava atenção a coisa alguma, parecia não dar pela presença de ninguém. Chamaram-na pelo nome repetidas vezes; ela persistia no seu ininteligível monólogo, sem tirar a vista de um ponto.
— Cruzes! parece que lhe deu alguma!
— A Augusta chegara-se também.
— Teria ensandecido?... perguntou à Rita, que, a seu lado, olhava para a infeliz, com um prato de comida na mão. Coitada!
— Tia Marciana! dizia a mulata. Não fique assim!! Levante-se! Meta os seus trens pra dentro! Vá lá pra casa até encontrar arrumação!...
Nada! O monólogo continuava.
— Olhe que vai chover! Não tarda a cair água! Já senti dois pingos na cara.
Qual!
A Bruxa, a certa distancia, fitava-a com estr