— Como?! É você, Jeromo?
— Chit! fez ele, pondo o dedo na boca. Fala baixo.
Rita começou a tremer: no olhar do português, nas suas mãos encardidas de sangue, no seu todo de homem ébrio, encharcado e sujo, havia uma terrível expressão de crime.
— Donde vens tu?... segredou ela.
— De cuidar da nossa vida... Ai tens a navalha com que fui ferido!
E atirou-lhe sobre a mesa a navalha de Firmo, que a mulata conhecia como as palmas da mão.
— E ele?
— Está morto.
— Quem o matou?
— Eu.
Calaram-se ambos.
— Agora... acrescentou o cavouqueiro, no fim de um silêncio arquejado por ambos; estou disposto a tudo para ficar contigo. Sairemos os dois daqui para onde melhor for... Que dizes tu?
— E tua mulher?...
— Deixo-lhe as minhas economias de muito tempo e continuarei a pagar o colégio à pequena. Sei que não devia abandoná-la, mas podes ter como certo que, ainda que não queiras vir comigo, não ficarei com ela! Não sei! já não a posso suportar! Um homem enfara-se! Felizmente minha caixa de roupa está ainda na Ordem e posso ir buscá-la pela manhã.
— E para onde iremos?