Fica livre dela para sempre, e daqui a dias estoura o champanha do casório! Hein, não lhe parece?
— Mas...
— Ela há de choramingar, fazer lamúrias e coisas, mas você põe-se duro e deixe-a seguir lá o seu destino!... Bolas! não foi você que a fez negra!...
— Pois vamos lá! creio que são horas.
— Que horas são?
— Três e vinte.
— Vamos indo.
E desceram de novo a Rua do Ouvidor até ao ponto dos bondes de Gonçalves Dias.
— O de São Clemente não está agora, observou o velho. Vou tomar um copo d’água enquanto esperamos.
Entraram no botequim do lugar e, para conversar assentados, pediram dois cálices de conhaque.
— Olhe, acrescentou o Botelho; você nem precisa dizer palavra... faça como coisa que não tem nada com isso, compreende?
— E se o homem quiser os ordenados de todo o tempo em que ela esteve em minha companhia?...
— Como, filho, se você não a alugou das mãos de ninguém?!... Você não sabe lá se a mulher é ou era escrava; tinha-a por livre naturalmente; agora aparece o dono, reclama-a e você a entrega, porque não quer ficar com o que lhe não pertence! Ela, sim, pode pedir o seu saldo de contas; mas para isso você lhe dará qualquer coisa...
— Quanto devo dar-lhe?