HENRIQUETA – Então eu não tenho o direito de fazer também alguma coisa para a nossa felicidade?
EDUARDO – Não disse isto! Faz muito!
HENRIQUETA – Como? Se toma para si tudo e não me quer deixar nem mesmo a metade dos cuidados?
EDUARDO – E quem me dá força para prosseguir e a fé para trabalhar? Não são esses momentos que todos os dias passamos juntos aqui ou em sua casa?
HENRIQUETA – Assim, não me quer dizer qual é essa esperança?
EDUARDO – Não desejo afligi-la com ideias mesquinhas. Os homens inventaram certas coisas, como os algarismos, o dinheiro e o cálculo, que não devem preocupar o espírito das senhoras.
HENRIQUETA – Porque somos nós tão fracas de inteligência?...
EDUARDO – Não é por isso; é porque tiram-lhes o perfume e a poesia.