que trazem para a vida doméstica, um, o tédio dos prazeres, o outro, as recordações da noite antecedente, o outro, o aborrecimento das vigílias!
AZEVEDO – E que concluis desta tirada filosófico-sentimental?
EDUARDO – Concluo que é por isso que se encontram hoje tantos moços gastos como tu; tantas moças para quem a felicidade consiste em uma quadrilha; tantos maridos que correm atrás de uma sombra chamada consideração; e tantos pais iludidos que se arruinam para satisfazer o capricho de suas filhas julgando que é esse o meio de dar-lhes a ventura!
AZEVEDO – Realmente estás excêntrico. Onde é que aprendeste estas teorias?
EDUARDO – Na experiência. Também fui atraído, também fui levado pela imaginação que me dourava esses prazeres efêmeros, e conheci que só havia neles de real uma coisa.
AZEVEDO – O quê?
EDUARDO – Uma lição; uma boa e útil lição. Ensinaram-me a estimar aquilo que eu antes não sabia apreciar; fizeram-me voltar ao seio da família, à vida íntima!
AZEVEDO – Hás de mudar. (Toma o chapéu e as luvas.)
EDUARDO – Não creio!... Já te vais?