se garbosos como o da ema, rainha das campinas, quando irritada se ergue contra aquele que pretende roubar-lhe o ninho. Em seu orgulhoso porte, na altivez de sua nobre linguagem, revelava-se a descendente de heróicos caciques, a verdadeira princesa das florestas. A estas nobres e severas palavras de Guaraciaba Inimá sentiu gelar-se-lhe no coração toda a sua cólera, e esteve a ponto de cair de rojo a seus pés suplicando-lhe perdão; mas Itajiba ali estava, o orgulho o conteve e balbuciou apenas timidamente estas palavras:

— Perdoa-me, formosa filha de Oriçanga, se te ofendi com minhas rudes falas; a cólera, o amor, o ciúme me desvairam... Vai, gentil Guaraciaba , vai tranqüila recolher-te à sombra da taba, onde sem dúvida teu pai te espera na mais ansiosa inquietação. Mas esse vil forasteiro, que te acompanha, esse sedutor infame pertence-me; há entre mim e ele um pleito de vida e morte, o qual é forçoso que hoje mesmo fique decidido.

— Inimá, bradou ela com império, este estrangeiro acompanhou-me por vontade minha, e deve comigo voltar às tabas. Itajiba, acompanha-me; guerreiros, segui-me e guiai-nos à taba de meu pai.

Inimá, subjugado por aquelas imperiosas palavras, nada replicou; receava mais a indignação daquela delicada virgem do que todo o valor e destreza de seu