através da escuridão da noite. Um grupo de guerreiros avança pela frente das tabas ao longo da margem do rio. No meio deles marchavam Guaraciaba e Itajiba opressos de fadiga, mas com rosto tranqüilo e sereno. Atrás do séquito um vulto silencioso e isolado seguia com ar sinistro; era Inimá. Pelo caminho o séquito se engrossava cada vez mais e agitava-se soltando grandes clamores. Estes clamores eram em grande parte aclamações de alegria pelo feliz reaparecimento de Guaraciaba; muitos deles porém eram também gritos ameaçadores e imprecações contra aquele que eles julgavam ter desencaminhado e pretendido roubar deslealmente a filha do cacique. Já os ânimos se amotinavam, e muitos guerreiros, ignorando as circunstâncias daquele fatal sucesso, com gestos ameaçadores estavam prestes a se lançarem sobre Itajiba. Felizmente chegaram sem incidente algum à taba do velho cacique. Guaraciaba saltou ao colo de seu pai, que a esperava à porta com os braços estendidos e chorou de alegria apertando-a contra o peito. Oriçanga ordenou que se retirasse a turba que se apinhava tumultuosa à porta de sua cabana, e ficou com Guaraciaba e Itajiba.

— Querida filha, exclama ele, que mau espírito te desencaminhou por essas selvas, e ia-te desgarrando da sombra da taba paterna?... Ah! quantas angústias, quantos frios sustos não embebeste