entre os selvagens como sacerdotes ou profetas, passavam vida austera e retirada no seio das brenhas em espeluncas solitárias, onde se reputava que tinham comunicação com os espíritos celestes, e eram intérpretes da vontade de Tupá. Eles interpretavam os sonhos, pressagiavam o futuro, decidiam dos bons ou maus agouros, e eram uma espécie de oráculos constantemente consultados, não só em negócios particulares, como também sobre questões de interesse geral dessas hordas, sobre cujo governo exerciam considerável influência. Conhecedores das virtudes das plantas e de outros símplices da natureza, eram eles também que administravam remédios e socorros aos feridos e enfermos, e eram assim também, além de sacerdotes, os únicos médicos dessas tribos.

Os pajés acudiram prontamente ao chamado do cacique, e reunidos na sala a mais profunda e retraída da cabana deliberavam secretamente. Oriçanga informa-os por miúdo de todo o ocorrido, e expõe-lhes sem rebuço a causa de todas as suas hesitações e ansiedades.

A maior parte dos pajés se pronunciavam abertamente contra Itajiba e contra o amor de Guaraciaba, que qualificavam de louco e pueril. Diziam que a quebra das promessas solenes feitas a Inimá, descendente de uma antiga e ilustre raça de caciques e oriundo da mesma nação, em favor de um estrangeiro,