Oriçanga, e sentirás renascer-te o vigor e girar-te nas veias um sangue cheio de vida e calor como nos mais belos dias de tua mocidade.
Dizendo isto Itajiba apresenta ao cacique um copo de cristal cheio de um purpúreo e generoso vinho.
— É sem dúvida delicioso, exclamou Oriçanga depois de ter tomado alguns sorvos; tal deve ser a bebida que se serve aos heróis no mundo dos espíritos nos festins e folguedos do Ibaque! Não é um licor que me deste a beber, Itajiba, é sangue novo e juvenil que me entornaste nas veias, e que me restitui o alento e vigor dos verdes anos.
E o velho cacique, com a imaginação aquecida pelos balsâmicos vapores daquele suave licor, entrevendo no futuro mil venturas e glórias para Itajiba e para sua querida Guaraciaba, sentiu um suave languor apoderar-se de seu corpo, e adormeceu entre sonhos dourados sobre a sua enorme pele de onça.
O guerreiro vitorioso, feliz amante de Guaraciaba, pendurou com suas mãos ao colo dela um lindo colar de ouro com uma cruz crivada de diamantes, obra primorosamente trabalhada pelos afamados ourives de Vila Boa. Itajiba, que a despeito dos desvarios e excessos de sua vida desordenada conservava sempre singular aferro e veneração pela religião de