— Ah! pobre veado, que saíste do teu ninho para vir meter-te entre as garras do canguçu, ficarás por tal sorte esmagado, que nada se poderá fazer desses teus franzinos ossos.

Assim disse Jaguaruçu, e firmando um pulo descarregou seu pesado tacape sobre Inimá, certo de que o esmagaria; mas este, esbelto e flexível como a corça, furtou-se ligeiro ao golpe, e sem nunca atacar o seu pujante adversário, desviando-se destramente de seus furiosos botes, assentou de fatigá-lo e esgotar-lhe as forças para depois cair com segurança sobre ele. Em vão Jaguaruçu dava saltos de onça e vibrava aqui e acolá vigorosos botes; Inimá, veloz como o sagüi, parecia sumir-se debaixo de seus pés, e surdindo ora aqui ora ali com rápidos movimentos como que se multiplicava em torno do membrudo colosso. Furioso o truculento caudilho com os inúteis esforços que fazia contra um inimigo que a princípio tão desprezível lhe parecera, e fatigado de vibrar em vão tantos e tão vigorosos golpes, arquejava espumante e banhado em suor, e já mais pesado em seus movimentos sentia desfalecer-lhe o pulso.

Inimá não esperou por mais tempo; no momento em que Jaguaruçu, sopesando com ambas as mãos o seu terrível tacape, desfechava sobre o seu adversário um golpe desesperado, com que contava esmagá-lo, Inimá recua de um pulo, com outro pulo avança, e