— Eu saberei tomá-la, respondeu Itajiba.
Já não era só o amor de Guaraciaba o alvo único das aspirações de Itajiba, nem tão pouco as solenes promessas pelas quais se ligara à nação dos Chavantes, o único motivo que o dirigia em suas ações. Considerações de outra ordem também contribuíam para retê-lo entre os selvagens, e o faziam procurar firmar cada vez mais a sua influência e prestígio entre eles. Na alma ardente e aventurosa do bandido de Goiás despontavam já vistas ambiciosas e cálculos de elevação pessoal. Acoroçoado pelo brilhante sucesso de suas empresas, o feliz amante, o vitorioso cabo de guerra afagava já em seu espírito projetos de dominação e de poder, e delineava nos campos do futuro com largos e atrevidos traços os vastos planos de seu engrandecimento. Uma vez dominador da nação dos Chavantes não lhe seria difícil submeter também pela força das armas, ou mesmo por meios pacíficos e brandos, as outras tribos vizinhas das margens do Tocantins. Ele lhes ensinaria algumas das artes e ofícios mais indispensáveis, os induziria por meios persuasivos a cultivar a terra, para o que procuraria provê-los dos instrumentos próprios, a se aplicar à criação de gado, a construir habitações estáveis e mais sólidas, e enfim pouco a pouco os faria ir abandonando os grosseiros e ferozes hábitos da vida nômade e selvática pelos costumes e usanças dos povos civilizados.