mais depressa que pôde à casa de Reinaldo. Aí não encontrou senão uma mulher velha, que morava com Reinaldo e lhe tratava da casa. Esta, que também se mostrava aflitíssima, contou-lhe que pela madrugada Reinaldo sozinho e arquejando de cansaço batera à porta, arreara o cavalo a toda a pressa sem dizer palavra, por mais que ela lhe perguntasse o que tinha acontecido, o que era feito de Maroca e onde ia àquelas horas; que resmungando e praguejando sem a nada responder partira a toda a brida, sem que ela soubesse que rumo levara.
Esta informação foi mais que suficiente para que mestre Mateus compreendesse quantas desgraças não poderiam resultar, ou não teriam já resultado daquela desastrada pendência, que vinha desacreditar para todo o sempre a sua casa. Amaldiçoava a hora em que se lembrou de fazer semelhante função, e dava aos diabos a Maroca, Gonçalo e Reinaldo, que vieram deitar azar em sua casa, onde nunca houvera nem a mais insignificante rusga. Arrependeu-se mil vezes de não ter mandado amarrar aqueles dois malucos, logo que começaram a brigar, e entregá-los à justiça; teria impedido uma desgraça, que já quase tinha como certa e irremediável.
Contudo o bom do velho sem mais perda de tempo corre à casa de alguns dos parceiros da véspera, amigos dos dois rapazes, dá-lhes conta do que acaba de