ninguém ousava penetrar naqueles sertões desconhecidos, infestados por essa e outras tribos selvagens, que muitas vezes saíam do fundo de suas brenhas a exercerem horríveis matanças, estragos e depredações nos estabelecimentos e fazendas dos brancos. Algumas dessas expedições, que se organizavam com o nome de bandeiras para rechaçá-los ou exterminá-los, voltavam desanimadas e destroçadas sem nada ter conseguido. Menos dóceis que os Caiapós e os Coroados, que já se iam submetendo ao aldeamento e catequese, os Chavantes mal conheciam os brancos, com quem não queriam relação alguma, e odiavam do fundo da alma.

Quatro ou cinco anos depois dos tristes acontecimentos que deixei narrados a noite passada, uma numerosa tribo daquela nação achava-se estabelecida no barranco esquerdo do rio algumas dezenas de léguas abaixo de S. José do Tocantins, pouco mais ou menos nas regiões onde é hoje o município da Palma.

Seu arranchamento era uma longa fila de tabas ou cabanas cobertas de palmas de coqueiro, disseminadas em pitoresca desordem ao longo da margem do rio em uma extensão de cerca de meia légua, como um bando de aves aquáticas pousadas à beira da torrente.

Era uma bela e calmosa sesta de Setembro. O índio