de tacapes e dispostos a irem a nado atracar a canoa. Fácil seria ao canoeiro escapar à força de remo, se a multidão de flechas, que continuava a chover sobre a canoa, não o impedisse de remar, dando-lhe apenas tempo de resguardar-se de seus tiros e descochar de quando em quando uma ou outra flecha.

Já dois robustos nadadores com o tacape nos dentes estavam a poucas braças da canoa; um deles enfim a alcança e lança mão à borda. O canoeiro porém a corta imediatamente de um só golpe com sua grande faca de mato. O índio dando um grito horrível de dor desaparece deixando um sulco ensangüentado à flor da água, e surge instantes depois mais abaixo, rolando à mercê da corrente, enquanto os peixes saltitando disputavam entre si a mão decepada. O outro índio, vendo a sorte de seu companheiro, não se atreveu a atracar a canoa, e afastou-se; os mais que se tinham lançado ao rio, também não ousaram aproximar-se, temendo o mortífero gume daquela formidável faca. O forasteiro por um momento julgou-se salvo e fora de perigo. Mas eis que de súbito dá com os olhos em duas canoas entulhadas de índios, que surgiam da volta do rio singrando águas acima a todo remar.

Era uma turma de indígenas, que estando a pescar pelas proximidades tinham ouvido o alarido que havia nas tabas, e julgando ser algum perigo, acudiam em seu socorro. O canoeiro viu que a sua situação era desesperada e sua