pedrarias. Também a exercitava na arte de encurvar o arco, de brandir o tacape, de fender com os ombros as águas das torrentes, ou impelir rapidamente com o remo uma piroga a resvalar pelas ondas azuladas de seu rio natal; ensinava-lhe as danças e cantigas sagradas, e os hinos de guerra, dando-lhe uma educação toda varonil na esperança de torná-la um dia uma heroína capaz de elevar a nação ao mais subido auge de glória e de grandeza. Guaraciaba por seu lado respeitava e queria ao velho pajé como a um outro pai; com docilidade e submissão filial obedecia às suas ordens, escutava os seus conselhos, e retribuía-lhe com afetuosa gratidão os afagos e cuidados que dele recebia.

Andiara pelo muito afeto que tinha à gentil menina, ou por uma natural simpatia, deixou-se também penetrar do interesse que a ela inspirara o malferido estrangeiro, e esforçou-se com desvelo e ardor em restituir-lhe a vida e a saúde.

Tendo pois bem recomendado o enfermo aos cuidados do pajé, Guaraciaba deixa a taba, corre à beira do rio, banha as faces e os olhos ardentes de insônia na sua onda límpida e fresca, e com um pente de madeira preciosa e aromática encrustado de lâminas de ouro desembaraça e alisa os negros e luzidos cabelos, que se espalham como um véu sobre os ombros e o seio. Vai depois pressurosa despertar seu