verdade, e em seu rosto transluz a altivez do filho das florestas.

— De feito, murmurou o velho chefe abanando a cabeça, quem com tanta destreza encurva o arco e vibra tão mortíferas flechadas, quem combate com tamanho denodo e valentia, não pode ser do sangue vil do imboaba traiçoeiro. Mas seja como for, é sempre um inimigo e um herói; e tu, minha encantadora e querida Guaraciaba, tu és bem digna de que tua união seja consagrada com o sangue de um herói soterrado pelas mãos de teu esposo.

— Ah! meu pai! se para que minha união seja feliz e agradável aos céus, é mister que corra o sangue de um desgraçado prisioneiro, perdoa-me, meu pai, eu não serei nunca a esposa de Inimá!

— Que dizes, filha! como queres menosprezar a velha e sagrada usança de nossos antepassados? É sempre grato a Tupá o sangue do inimigo vertido em honra sua, e cometeríamos um crime se poupássemos a vítima que ele mesmo nos envia.

— Mas a vítima não é um inimigo, é um infeliz foragido, que porventura procurava entre nós gasalhado e asilo, e a quem recebemos com as armas na mão, como se fora um jaguar.

— Seja pois como dizes, prezada filha; quero ainda condescender com teus caprichos de criança. Sare esse estrangeiro de suas feridas, e quando o seu estado o permitir,