respeito e admiração, e dar a Gonçalo ainda mais prestígio entre eles.

Notou ainda mais, com íntima satisfação, que lhe tinham deixado intacto o sagrado talismã objeto de seu fervoroso culto, a imagem de sua celestial protetora em todos os trabalhos e perigos da vida. A curiosa Guaraciaba não pôde deixar de perguntar-lhe o que significava aquele objeto com aquela linda imagenzinha de ouro, que sempre trazia pendente ao pescoço.

— É um precioso e sagrado manitó, que me legaram meus pais, respondeu-lhe Gonçalo, é ele quem me proteje, e noite e dia vela sobre meus passos, e quem leva minhas rogativas até o trono do Grande Tupá. Sem ele há muito teria sucumbido aos imensos trabalhos e perigos que me têm atribulado a existência.

Dizendo isto Gonçalo levou aos lábios respeitosamente a santa imagem, e a apresentou à filha de Oriçanga, para que fizesse o mesmo. Guaraciaba imitou-o com gesto tímido, e disse:

— Eu também quisera ter um lindo manitó como este; mas dar-se-á caso que ele também me proteja, como protege a ti?

— E por que não, uma vez que o veneres com sincero amor e respeito, e invoques com fé viva a sua proteção? Se ele atende à rogativa do infeliz foragido, a quem as paixões e os desatinos da mocidade arrojaram num pego