pela Secretaria da Justiça — encontrei o dr. Bourdot Dutra que, sobre o ultimo degrau da escadaria externa, despachava o conductor de um caminhão. Interrompi o dialogo para cumprimental-o e ao mesmo tempo para bisbilholar, como era do officio. E perguntei-lhe:
— Novidades, dr. Dutra?
—Veja lá dentro, respondeu-me com vivacidade, apontando para o grande hall forrado de marmore da Secretaria.
— Entrei e, a um canto, deparei com dois grandes frascos de vidro transparente, acondicionados em duas armações protectoras de madeira. Approximei-me curioso e examinei os boiões, cada um dos quaes devia conter cérca de 45 litros. Estavam quasi cheios de um liquido denso, esverdeado. Tentei movel-os. Estavam muito pesados. Accudiu-me logo a idea de que eram a “novidade”.
Ardia de curiosidade emquanto o dr. Dutra conversava com o motorista. Afinal elle veiu e, não querendo eu arriscar uma pergunta mais directa, perguntei-lhe interessado:
— Dr. Dutra, que é isto?
— Você então não está vendo?!
— Mas, é petroleo, dr.?!
— Sim, foi colhido em uma pequena bolsa, que é indicio de estarmos muito proximos de um grande lençol. E logo em se-
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O Escandalo do Petroleo
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