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Monteiro Lobato

não tem carbono) e igualmente adquire fóra, a peso de ouro, esse elemento basico.

E assim, sem ferro produzido em casa, com que se maquinizar intensamente, e sem carbono nas suas formas mais altas, com que mover a maquina, o Brasil está no que está — um pobre gigante exangue, dono de imensas possibilidades mas sem meios de desenvolvel-as. Viveu de emprestimos enquanto encontrou prestamistas e agora, perdido o credito, não sabe para onde voltar-se. E à miseria da sua população cresce à medida que o país sobe demograficamente. Somos quarenta milhões de pobretões; quando a população dobrar, seremos oitenta milhões de mendigos.

E esse absurdo estado de coisas de modo nenhum se modificará enquanto o problema do carbono não for COMPREENDIDO e SOLVIDO!

Um banho do brasileiro é pago em ouro ao país que lhe fornece o carvão donde sái o gaz do aquecedor. Um bife, um ovo frito que coma nas capitais, custa ao país a emigração duma certa quantidade de ouro em troca do calor gasto pela cozinheira. Uma simples corrida de auto determina uma sangria de ouro em troca da gazolina que o carro queima. Daí o não-enriquecimento. Os atos mais elementares da vida, os que todos os dias se repetem, ele os paga em ouro.

Esse ouro, decadas atrás, vinha de tres fontes basicas, café, borracha e emprestimo. Por não termos resolvido o problema do carbono e do ferro,