ge a reviravolta da fortuna e bateu-lhes a paquéra do arrependimento.
Hoje um, amanhã outro, vieram os tres, cabisbaixos, humilimos, implorar perdão ao velho.
Que não perdoará um cégo, inda mais pae? Bento perdoou-os e readmittiu-os em casa. A esmola sempre farta havia de dar para todos.
E deu. Nunca faltou, d'ahi por deante, feijão á panella, nem roupa ao corpo, nem dinheirinhos para o resto, inclusive cachaça, e fumo.
Milagre! Aquelle homem que de olhos perfeitos jamais conseguira coisa alguma na vida, alem do desprezo do publico e da pancada dos filhos, recebia agora provas de carinho, gosava certa consideração, fazia-se chefe da casa, respeitado, ouvido e — até temido!
Acostumou-se a mandar e a ser obedecido. E não o fizessem! E não o fizessem depressa! Sua mão, outr'ora tão frouxa, agora dura, esmagava incontinente a resistencia. Sua vontade encorpou, enrijou, deitou os galhos da veneta.