Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/117

— Eu não fiz isto por vontade — respondeu ele. Não me pude conter quando o vi. Lembrei-me do que tinha acontecido, e tive ímpetos de vingar-me. O ensino que vosmecê e minha mãe me deram, não pôde vencer em mim o arranco que me atirou para aquele de quem eu guardava uma grande ofensa. Além disso, ele me maltratou de novo, e me descompôs. Mas não foi por vontade, foi sem querer que eu o empurrei para dentro da carvoeira.

Era o mau natural, ainda não vencido de todo pelos edificativos exemplos e ensinos da família, o que tinha levado o rapaz a praticar tão feio ato.

— Que havemos de fazer para castigar a Lourenço sem pau nem pedra? perguntou Marcelina a Francisco.

— Procura lá em teu juízo um meio, Marcelina. Eu não quero dar-lhe pancadas.

— Eu nunca lhe pus a mão senão para o acomodar ou limpar.

— Pois vê lá o que se deve fazer. A ação foi ruim, e deve ter um castigo. Neste momento entrou a Quiteria, que vinha saber como tinha o filho passado a noite.