Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/125

Lourenço em casa de Victorino, já Marianinha, que desde os primeiros tempos sentira grande inclinação para ele, alimentava a esperança de ser sua mulher. Era isto o resultado das conversações particulares na casa do forasteiro, das comentações e gracejos das meninotas das vizinhanças, enfim das suposições dos conhecidos a quem não eram estranhas as relações das duas famílias.

Não tinha então Marianinha mais de doze anos, mas já pensava na falada união com tal constância e satisfação que só com isso se considerava feliz. Lourenço era o passarinho verde dos seus sonhos infantis, a feiticeira imagem que tinha o primeiro lugar nos seus brinquedos de bonecas, e lhe enchia o espirito de suavíssimo esplendor, de dia quando ela trabalhava, de noite quando se entregava às enganosas cismas da primeira idade.

Ao menino já não sucedia o mesmo que à menina. Se estava alegre e brincão, bastava falarem no casamento, para que em seu rosto se mostrassem indícios de desprazer. Fugia, amuava-se, e só aparecia de novo dai a tempos.

Outras vezes vingava-se das finezas de Marianinha