Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/143

A filha de Victorino caio novamente na mudez de há pouco.

— Deixa estar, Marianinha, tornou Francisco.

— Lourenço há de casar contigo. Se não for por gosto, há de ser contra a vontade.

— Contra a vontade? Não, assim não — disse ela.

— E porque não há de ser por gosto?

— Eu sei... Ele não me quer bem, não. Se ele quisesse, me tratava de outra moda. Como é então que ele te trata?

— Eu não sei dizer como é, não, meu padrinho. Eu só sei que Lourenço é mau e ingrato.

Triste e cabisbaixa, a menina poz-se a chorar. Era muito intensa a dor que feria seu coração. Não chores, pequena, disse Francisco abalado. Hei de fazer que ele venha a casar contigo. Pede bem a Nossa-Senhora-da-Conceição que eu não morra. Tanto farei que ele mesmo é que me há de pedir licença para dar este passo.

Secreto pressentimento, porém, dizia à menina, não obstante este formal compromisso do matuto, que nem o coração de Lourenço nem sua mão lhe pertenceriam jamais.