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se fixar, as terras do engenho Bujari, e havia razão para esta preferencia. João da Cunha era ríspido, exigente e até poder-se-há dizer — mau. Mas tinha uma grande qualidade, que em certo modo atenuava os seus grandes defeitos. Bulir com um morador do seu engenho era o mesmo que bulir com ele próprio. Excedia os limites da defesa quando algum deles era ofendido. Tomava parte pelo morador em publico, ia pessoalmente aos juizes, para que ordenassem o castigo do delinqüente, gastava do seu dinheiro com o pobre e sua família, enfim, deixava o papel de tirano e representava ao vivo o de pai ou zeloso protetor. Por esta razão particularmente, e porque das magnificas situações que se apontavam em derredor de Goiana onde os engenhos ainda não eram numerosos, as melhores lhe pertenciam, muitos eram os seus moradores, entre os quais alguns abastados. Ao numero dos que o eram menos, pertencia Victorino.

Na hora em que se discutiam, com a gravidade que vimos, os interesses das famílias goianistas de primeira representação, Lourenço descavalgava à porta de Victorino.

Ai se estava festejando a noite com todo o entusiasmo e calor do estilo. As filhas do