A patricia é o vinho do pobre — acrescentou Chico — rosado.
E Victorino, despejando aguardente na xícara, que não estava quieta um só instante em cima da banquinha do canto da sala, apresentou-a a Lourenço, que dela tomou um trago forte.
Mas como se sentia cansado, poucos versos cantou ainda, e concluiu pelo seguinte:
As convivências do mundo
São amparo da pobreza;
Enquanto o pobre convive,
Não se lembra da riqueza.
— Aqui está o lugar para quem quiser, minha gente, disse ele, sentando-se.
— Deste tão cedo parte de fraco?
— É enquanto tomo fôlego.
— Quem vem? Quem vem? perguntou o violeiro. Quem vem, venha logo, que o fogo está esfriando.
— Vai tu, Bernardina — disse Victorino.
— Muito bem, Victorino.
— Logo, logo, Bernardina.
A rapariga foi ocupar o lugar deixado por Lourenço.