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recolhidas, moças solteiras que viviam honradamente sovre se ou em casa de seus pais eram raptadas sem o menor escrúpulo, e iam contra a vontade delas, os olhos arrasados de lagrimas, cevar a brutal concupiscência de assassinos e ladrões, que, confiando na impunidade prometida para eles por seus protetores, as deixavam ao desamparo, nos braços da devassidão, ou entre as unhas felinas da miséria, depois de saciadas suas paixões reprovadas e vis.

Constituiu-se assim o Tunda-Cumbe dentro em pouco tempo o terror de todo o norte de Pernambuco, porque para suas correrias ele não escolhia lugares nem conhecia limites; e publicar o seu nome montava publicar, não já o nome de vinte ou duzentos facinorosos, mas o de quinhentos, afeitos a desrespeitar os homens sérios, a roubar a honra das famílias fracas e a fazenda do proprietário pacifico, a matar o matuto que lhes resistia, a destruir e aniquilar homens e coisas.

Pelo mesmo tempo outro caudilho truculento começou a representar no sul as mesmas tradições de saque, sangue e morte que celebrizaram tão tristemente o Tunda-Cumbe. Era o índio Sebastião Camarão, de quem se dizia