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— Eu já sei porque é esta pressa toda, disse Francisco.

— Porque é?

— É porque em Goiana se receia que da Paraíba passe a gente prometida aos mascates pelo capitão-mór. Eu de tudo sei, seu comandante.

— Mas então vê lá se nos dás remédio a isto.

— Porque não havemos de passar já? respondeu Francisco, saltando do cavalo à beira do rio, onde a tropa fora obrigada a fazer alto. Há aqui um ponto onde o Itapirema dá vão. Mas está tudo encoberto e não se pode saber onde fica a trilha.

Quase meia hora gastou ele em procurar, sempre debalde, a oculta passagem. Com água, ora pela cintura, ora pelos peitos, ora pela boca, percorreu uma extensão de cerca de vinte braças ao longo da margem. De uma vez caiu dentro de um poço, de que só se salvou por ser forte nadador.

Estava já quase de todo escuro quando, exausto do muito lutar com o impetuoso elemento, que puxava com extrema velocidade lhe pareceu ter dado com o vão desejado, que ele próprio